Aos 84 anos de idade, o bandolinistaIzaías Bueno de Almeida é “testemunha auricular” de nossa música desde o fim dos anos 1940. Sua trajetória artística se mistura à própria história do choro em São Paulo e no Brasil: das rodas informais nas ruas aos regionais em rádios e discos, passando por períodos de esquecimento em pequenas reuniões até chegar a grandes palcos na televisão.
“Izaías e a Memória Viva do Choro” é uma série de seis episódiosque une relatos de seu protagonista a gravações atuais do mais antigo regional em atividade em São Paulo: Izaías e Seus Chorões (Izaías no bandolim, Israel Bueno de Almeida no violão 7 cordas, Marco Bailão no violão, Getúlio Ribeiro no cavaquinho e Allan Pio no pandeiro).
A série tem direção de Rafael Veríssimo e idealização de Jeanne de Castro, que também assina a produção executiva ao lado de Leonardo Kehdi.Será transmitida no canal do Sesc Pompeia no YouTube entre 14 e 19 de dezembro de 2021, como parte do projeto “Sonoridades”, e contou com o apoio da Lei Aldir Blanc.
No repertório, músicas que marcaram a vida de Izaías (destacando compositores paulistas),temas autorais (entre os quais, alguns inéditos) e composições praticamente perdidas de chorões dos anos 50, salvaguardadas pela insistência de um jovem bandolinista ávido por expandir seu repertório.
Em cada episódio, além de tocar com seus chorões, Izaías conta histórias. No primeiro, junto de seu irmão Israel, descreve como foi a infância no Peruche (Zona Norte de São Paulo), bairro que era ponto de encontro de chorões de toda a cidade. No segundo episódio, relata como um adolescente que começava a trabalhar no centro acabou conhecendo os maiores chorões de São Paulo numa loja de instrumentos – com destaque para Garoto, com uma visita a seu bairro natal, a Vila Economisadora (região da Luz).
O terceiro episódio destaca a relação de Izaías com Antonio D’Auria, organizador de famosas rodas que recebiam chorões de todo o Brasil. Segundo Jacob do Bandolim, aquele pequeno quarto no Bom Retiro foi ocentro de resistência do choro no Brasil numa época em quea bossa nova e o iê-iê-iê varriam outras manifestações musicais. Foi a partir dessa pequena roda na casa de Antonio D’Auria que o choro foi levado para a TV nos anos 70 por Julio Lerner e José Ramos Tinhorão. Esse período de auge midiático é o tema do quarto episódio, destacando as primeiras participações de Izaías desde o início da televisão no Brasil, depois seus anos de apresentações com o Conjunto Atlântico de D’Auria na TV Cultura(época em que a repressão da ditadura também o afetou) e, por fim, o começo de Izaías e Seus Chorões, em 1974.
Com esta rica trajetória, Izaías conheceu artistas de todo o país. O quinto episódio destaca os encontros com quatro destes grandes nomes ligados ao choro: Jacob do Bandolim, Waldir Azevedo, Pixinguinha e Radamés Gnattali. E para encerrar a série, uma conversa sobre a parceria de Izaías com seu irmão Israel, com quem, há mais de 70 anos, trava uma das relações artísticas mais longevas na história da música brasileira.
SERVIÇO:
“Izaías e a Memória Viva do Choro”
Série de 6 episódios (aprox. 30 minutos)
sobre vida e música do bandolinista Izaías Bueno de Almeida
De 14 a 19 de dezembro de 2021, sempre às 17horas
Canal do Sesc Pompeia no YouTube( youtube.com/SescPompeiaYoutube )
14/12 – Episódio 1 – Infância no Peruche, Bairro de Chorões
15/12 – Episódio 2 – Rodas na Del Vecchio e Garoto
16/12 – Episódio 3 – D’Auria e a Resistência do Choro
17/12 – Episódio 4 -O Choro na TV
18/12 – Episódio 5 – Encontros com Jacob, Waldir, Pixinguinha e Radamés
19/12 – Episódio 6 -Izaías e Israel, Irmãos Chorões
Direção – Rafael Veríssimo
Idealização – Jeanne de Castro
Roteiro – Rafael Veríssimo e Jeanne de Castro
Produção Executiva – Jeanne de Castro e Leonardo Kehdi
Assistente de Produção – Francesca Ribeiro
Produção Audiovisual – Rafael Veríssimo
Direção de Fotografia – Thais Taverna
Edição – Pedro Watanabe
Uma produção Vertigo, Jeanne de Castro Produções e Ouricuri
Patrocínio – Lei Aldir Blanc / ProAC
Realização – Sesc Pompeia
HISTÓRICO DO PROJETO
A idealizadora do projeto, a produtora Jeanne de Castro, após ter sido aprovada pelo Proac-LAB com nota 9,77, convidou Rafael Veríssimo para dirigir a série.Com a parceria do SESC Pompeia, do projeto Sonoridades issotornou-se possível. “Fiquei encantada com a qualidade do trabalho do diretor Rafael Veríssimo, pela poética da abordagem, pela pesquisa histórica e pelo roteiro do filme ‘Garoto – Vivo Sonhando’.” O documentário foi seleção oficial do festival É Tudo Verdade 2020 eMenção do Júri do Festival In-Edit Brasil 2020, do qual foi ainda campeão de audiência.
A parceria de Jeanne de Castro com Izaías começou no início da década de 2010, quando oIzaías e Seus Chorões participaram de um show do quinteto de cordas Quintal Brasileiro. Em 2012 lançaram, pelo Selo SESC, o álbum “Valsas e Retratos”, de Izaías e Seus Chorões & Quintal Brasileiro, com composições e arranjos de Radamés Gnattali. Trabalharam ainda em alguns projetos, comoo programa “Brasil Toca Choro” (TV Cultura,2017), que contoucom a participação de mais de 130 músicos nos 13 episódios. E Izaíasfez participação especial na gravação e no show de lançamento do CD Tia Amélia Para Sempre (Selo SESC, 2020), do pianista Hercules Gomes.
SINOPSE – EPISÓDIOS:
Episódio 1: Infância no Peruche, Bairro de Chorões (14/12)
Os irmãos Izaías e Israel contam suas origens e relatam suas experiências de infância e adolescência no Parque Peruche, na zona norte, ponto de encontro dos chorões e seresteiros de São Paulo nos anos 1940.
Episódio 2: Rodas na Del Vecchio e Garoto (15/12)
A partir de uma visita fortuita à Casa Del Vecchio, loja e fábrica de instrumentos musicais fundada em 1902, Izaías conhece suas célebres rodas de choro no centro de São Paulo. Assim começa a conviver com grandes nomes de São Paulo, com destaque para um deles: Garoto.
Episódio 3: D’Auria e a Resistência do Choro (16/12)
Numa época em que o sucesso da Bossa Nova fez o Choro ficar praticamente esquecido, um pequeno quarto dos fundos no Bom Retiro, residência de Antônio D´Auria, foi ponto de encontro e resistência de chorões de São Paulo e do Brasil. Izaías conta suas experiências nas rodas de D’Auria, que atraíam músicos como Pixinguinha, Jacob do Bandolin e Altamiro Carrilho e jornalistas como Julio Lerner e José Ramos Tinhorão.
Episódio 4: O Choro na TV (17/12)
Durante os anos 70, o Choro esteve semanalmente na TV Cultura em programas como “A noite do Choro” e “Alegria do Choro”,disseminando esse estilo de música para todo Brasil. Izaías conta como foram seus anos nas telas com o Conjunto Atlântico e o início de Izaías e Seus Chorões em 1974.
Episódio 5: Encontros com Jacob, Waldir, Pixinguinha e Radamés (18/12)
A relação musical e os encontros de Izaías com quatro grandes nomes do choro nacional: Jacob do Bandolim, Waldir Azevedo, Pixinguinha e Radamés Gnattali.
Episódio 6: Izaías e Israel, Irmãos Chorões (19/12)
Os irmãos Izaías e Israel trazem à tona sua relação de parceiros musicais e irmãos, iniciada há mais de 70 anos e que perdura até os dias de hoje.
Comentários